Fuga das grandes cidades apresenta a fatura

A pandemia fez muitos trabalhadores descobrirem que é possível morar em diversas partes do planeta sem renunciar a suas profissões. O problema é que essas mesmas regiões não estavam preparadas para ficar com eles por tanto tempo. E a conta já está chegando. Uma interessante reportagem da Business Insider chamada “Invasion of the remote workers! How digital nomads are ruining tropical paradises” (Invasão dos trabalhadores remotos! Como nômades digitais estão arruinando paraísos tropicais) apresenta a crítica situação de Tulum, no México (foto). Embora o balneário tenha virado uma espécie de meca para influenciadores e nômades digitais, hoje enfrenta dificuldades sérias justamente devido ao seu sucesso _ um alerta para gestores de cidades de todo mundo que festejaram a chegada dos itinerantes.

“Os nômades digitais não têm ideia de que suas ações estão promovendo o desmatamento. Eles pagam o que for para viver aqui e isso é um grande estímulo para que pessoas façam coisas erradas”, disse Heather Froeming, ambientalista da associação Red Tulum Sostenible ao Business Insider. Segundo ela, construções ilegais vêm dizimando matas e dunas, além de poluir as águas dos cenotes _ piscinas naturais que são parte de um sistema de rios subterrâneos.

Os ambientalistas sustentam que essa mudança de hábitos causa stress permanente ao sistema de esgoto, à rede elétrica e ao processamento do lixo. Em plena pandemia, o movimento do vilarejo aumentou em 23%. Ainda não foram divulgados estudos semelhantes no Brasil, mas sabe-se que points famosos no país como o trecho de litoral entre o norte de São Paulo e o Rio; Caraíva, na Bahia e a Praia do Rosa, em Santa Catarina registraram significativo aumento de moradores itinerantes.