MAIS UM QUE SE VAI

A mais antiga cozinha árabe da cidade, e um dos restaurantes mais tradicionais da Saara, o Cedro do Líbano encerrou essa semana suas atividades. A casa, que completou 73 anos no dia 8 de novembro, foi mais uma das muitas do Rio que não suportou os efeitos causados pela pandemia.O Restaurante Cedro do Líbano foi fundado na década de 40 pelo libanês Narciso Mansur, no coração do Saara, o ponto de ambiente simples era destino de imigrantes árabes e judeus.

Alguns anos mais tarde, em 1954, foi adquirido por duas famílias de imigrantes, uma espanhola e outra portuguesa. Estes deram continuidade à tradicional culinária libanesa e consolidaram no meio gastronômico o nome Cedro do Líbano, que se tornou um dos melhores restaurantes de comida árabe do Rio de Janeiro. Na década de 70, o sócio português se aposentou e passou sua parte na sociedade para dois outros membros da família espanhola Dominguez. Desde então o restaurante continuava sendo comandado pela mesma família até os dias atuais.

Foram-se as esfihas abertas, o generoso quibe frito, o quibe de bandeja, a picanha grelhada de cordeiro com mjadra, o típico arroz com lentilha e cebola. Sem falar na bog mog da sobremesa, uma torta de massa amanteigada recheada de nozes e castanha-de-caju picadas, coberta com creme de damascos doces. A qualidade no atendimento se percebi em detalhes do menu, que informava até a quantidade de calorias de cada prato.

“Cedrus Libani” é a árvore símbolo do Líbano, e representa força e imortalidade. Infelizmente não funcionou desta vez. A gastronomia carioca está de luto.