DICAS PARA O FIM DE SEMANA DE 29 E 30/1

Este sábado é o famoso dia do Nhoque da Fortuna, tradição liga a um santo italiano do século IV, cuja história mais completa você por ler neste post. E como a coisa por aqui tá preta, não custa ajudar a sorte, não é? Portanto, nas dicas deste fim de semana listamos algumas sugestões bem legais para você praticar a simpatia. Além de sugerir que você retorne a um dos mais antigos restaurantes do Rio ou prove diferentes opções de um prato que é a cara da nossa querida Baixa Gastronomia Carioca. Delicie-se!

Nossa relação de dicas para o “Nhoque da Fortuna” não poderia começar sem citar obviamente o Tutto Nhoque, hoje em dois endereços: na São Clemente 104, em Botafogo e na Visconde da Graça 63, no Jardim Botânico.  No cardápio criado pela chef Helena Murucci, o nhoque é a estrela da casa. São 12 tipos 100% artesanais e 11 tipos de molhos. Entre as opções de estão o de batata, o de batata baroa, aipim, batata doce, abóbora, ricota e espinafre, batata roxa, azeitona, bacalhau e funghi. Há também versões veganas com banana da terra e polenta. Já entre as sugestões de molhos, desde os tradicionais até as criações da chef, como: bolonhesa, ragu carne de panela, ragu de linguiça, molho bechamel, ragu de cordeiro, creme de queijo, molho de camarão com espumante e ragu de rabada. Entre as opções veganas, tem molho sugo, curry vegano e ragu de carne de jaca. Os nhoques podem ser finalizados dentro de um delicioso e enorme grana padano ou com um irresistível queijo raclette derretido. Os dois modos são dignos de um clique instagramável. Na dúvida de montar o prato, a seleção dos “Pratos da Nonna” é uma boa opção com diversas sugestões de pratos. Para finalizar, o cliente ainda pode adicionar três opções de crispys: cogumelo, presunto cru ou panceta.

A simpática entrada do Tutto Nhoque de Botafogo

Se você busca uma alternativa mais moderna e leve, com conforto e beleza, o Juliette Bistrô Art Déco (Rio Design Leblon – Av. Ataulfo de Paiva, 270 / 3º Piso – Leblon.  Tel: (21) 3495-9686) é uma pedida certeira. Inspirado nos pequenos bistrôs autorais das principais capitais da gastronomia e com uma curiosa decoração misturando objetos modernos com peças vintage, O Juliette acredita que em time que está ganhando não se mexe. Portanto, a sugestão para este dia especial é o já tradicional nhoque em homenagem ao Copacabana Palace, feito com ricota, coulies de alho, confit de tomate, molho pesto e crispy de alho poró.

Fachada do Juliette Bistrô no Rio Design Leblon

Campeão de títulos entre os italianos da cidade, o Grado (Rua Visconde de Carandaí, 31, Jardim Botânico. Tel: 21 3253-3101) vem com duas opções de nhoque no cardápio. No casarão de decoração intimista, com parede de tijolinhos aparentes, estantes repletas de livros e outros objetos de família você pode optar pelo nhoque Dourado na Lenha, no qual o prato é gratinado no forno à lenha e servido com tomates assados, burrata e pecorino ralado; já a segunda opção é nhoque recheado com tallegio, um queijo semi-mole italiano tão tradicional que é citado em textos de Cícero, nos tempos do Império Romano. O molho é feito a partir de cogumelos porcini e cardoncello, este último costuma ser chamado de o “filé dos cogumelos” pelo porte elevado, robusto, carnudo e bastante saboroso.

Mas se você é do tipo mais cético, ou prefere dedicar o fim de semana a uma tradição da culinária carioca, nossa dica é retornar ao bom e velho Aurora, desde 1898 na hoje buliçosa esquina da Capitão Salomão, em Botafogo, vizinho do Plebeu e do Fusca. Nos anos de 1960 foi point de estudantes de esquerda e há até um causo curioso: um dos militantes, após ser preso pelo famigerado DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) levou uns safanões enquanto um agente esfregava na sua cara os canhotos de seu cheque com várias referências a Aurora. “Quem é Aurora?”, perguntava seguidamente o gorila, entre uma e outra bordoada. Enquanto o rapaz repetia desesperado: “É o bar! É o bar”. Histórias a parte, o arroz com polvo do Aurora é um dos melhores do Rio, sem falar no carro-chefe da casa, o tradicional bacalhau a Gomes de Sá, ou dos bolinhos de pernil suíno de entrada.

Interior do Aurora, tradição desde 1898

E já que estamos falando de tradições da baixa gastronomia carioca, um prato tipicamente guanabarino tem pintado cada vez mais nos melhores cardápios da praça: a língua bovina. No Bar Madrid (R. Alm. Gavião, 11 – Tijuca. Tel: (21) 3594-8526)) ele é servido imerso em uma espécie de molho madeira, adornado com tomate, ervilha e farofa. Quem prefere algo mais diferente encontra mesa no Herr Pfeffer (Rua Conde de Bernadotte, 26 – loja D – Leblon.Tel: (21) 2239-9673). Lá a língua é preparada em versão típica da Alemanha, defumada, e com um molho livremente inspirado no currywurst de Berlim: ou seja, molho cremoso de curry. Peça o prato com purê de batatas e chucrute vermelho para acompanhar. Outra opção de língua deliciosa e diferentona é servida no espetacular Ten Kai (R. Sen. Dantas, 75 – Centro), que as serve fritas e acompanhadas de limão e molho teriyaki. O recém-aberto Chanchada, já consagrado como um dos points do verão, oferece uma entradinha de língua ao vinagrete que vale a pena encarar a fila.