MAIS EXCLUSIVO, IMPOSSÍVEL: RESTAURANTES APOSTAM EM ESPAÇOS RESERVADOS PARA POUCOS CLIENTES

O chef André Kawai, do Sam Omakasê Room

Bruno Agostini

Há poucos dias viralizou um post falando de um restaurante na Itália, muito exclusivo, que serve apenas duas pessoas por noite. No Japão isso não causaria tanta admiração, porque no país é relativamente comum haver restaurantes de alta classe muito pequenos, que servem três, quatro pessoas por noite, e só. Se ainda não chegamos a restaurantes tão exclusivos assim, podemos notar uma forte tendência no mercado carioca, que são restaurantes, ou balcões muitos especiais, que servem apenas entre 6 e 12 pessoas por noite – geralmente só abrem no jantar. São experiências em que – além da alta qualidade dos ingredientes e da equipe da cozinha – é possível interagir com a equipe.

Um dos três menores dessa leva de novas casas foi também o primeiro deste novo formato gastronômico: com apenas oito lugares, o balcão da sala de omakasê (expressão que significa confiar no chefe e nem perguntar o que vai ser sevido) é um espaço reservado, ao lado do salão principal do Haru, em Copacabana. São dois horários por dia: 19h e 21h30, e as reservas são feitas pelo Instagra/Whatsapp da casa, outra característica dessa categoria.

O primeiro a apostar neste conceito nascido durante a pandemia foi o chef Kiko Faria, que tem como sócio Menandro Rodrigues, o homem por trás do sucesso do Haru, um restaurateur de sucesso que se prepara para abrir sua segunda casa, o pan-asiático Sichou, que em breve abre as portas em Ipanema onde funcionava o Manekineko, na Barão da Torre, em sociedade com Elia Schramm, da Babbo Osteria e da Scuola.

Steak tartare e polenta com cogumelos e queijo brasileiro no Bão

Num espaço nos fundos do segundo andar da galeria onde está o Haru ele montou uma cozinha com foco no delivery: é o Bão Cozinha Afetiva, com menu que podemos classificar como ítalo-mineiro, ou ítalo-caipira: Kiko é mineiro, e fez carreira no grupo Fasano. O seu cardápio é variado, e nele encontramos um notável pão de queijo frito, além de pratos universais como o steak tartare. O chef faz perfeitas barrigas de porco, que usa em sanduíches e no melhor feijão tropeiro da cidade.

O Lasai foi pelo mesmo caminho, e também serve apenas oito clientes por noite. Um dos mais premiados restaurantes do Brasil deixou o casarão da rua Conde de Irajá, em Botafogo, com 40 lugares, para abrir, logo ao lado, um novo espaço, no Largo dos Leões. Reservas igualmente, começam nas redes sociais, e o pagamento deve ser feito antecipadamente, outra regra dessas casas.

Ainda no ano passado, abriu no Leblon o A Mesa do Lado, do chef Claude Troisgros, com este nome porque é anexo ao Chez Claude. Ali, através de cuidadosa narrativa audiovisual, a cargo de Batman Zavareze, o jantar conta a história do francês, com projeções, músicas, depoimentos e uma sequência de pratos, que passam do restaurante da família, em Roanne, até as criações com ingredientes brasileiros. Mais que uma experiência, é uma imersão.

Logo do lado, abriu as portas há pouco o mais novo endereço dessa leva, na mesma galeria da rua Conde Bernardotte, no Leblon: é o San Omakasê Room, com 40 metros quadrados e apenas oito lugares. Do outro lado do balcão, e na minicozinha anexa, capitaneada pelo premiado André Kawai, um time dez pessoas trabalha.

Em breve teremos mais um neste time, um tantinho maior: com 16 lugares, Thomas Troisgros abre em setembro o Oseille, em Ipanema. Também terá só degustação, e apenas no jantar. Reservas? Aguardem o perfil da casa no Instagram…