Jan Theophilo
Muito mais do que uma operadora de turismo, um traço de união entre Brasil e Cuba. Esta é a proposta da “Mais Viagens”, empreendimento lançado no Marinho Atlântico com pompa, circunstância e até show de Moacyr Luz e seu Samba do Trabalhador. O objetivo da empresa é aumentar o intercâmbio cultural e de ajuda ao país caribenho.
— Nossa meta é levar entre 100 e 150 mil brasileiros anualmente para Cuba. Vamos fazer um trabalho de nicho. Existem cerca de 20 milhões de pessoas no Brasil que se identificam com o campo da esquerda. É com eles que queremos trabalhar inicialmente. Porque o astral de Cuba merece ser conhecido. É um destino não apenas turístico, mas cultural. Lá o viajante encontra tudo o que procura: música, gastronomia, história, praias – explica Gabriela Lopes, empresária à frente da nova agência, que firmou parceria com a Amistur Cuba, empresa cubana especializada no turismo local. A “Mais Viagens” cuidará dos traslados e a Amistur Cuba dos passeios e experiências.
— Nossa ideia é, inicialmente, trabalhar as datas históricas, como o primeiro de maio, o 26 de julho (nome do movimento revolucionário liderado por Fidel Castro que pôs fim ao regime de Fulgêncio Batista em 1959) ou o 31 de dezembro (data da Batalha de Santa Clara, quando os revolucionários comandados por Camilo Cienfuegos e Che Guevara derrotaram finalmente as tropas do governo apoiadas pelos Estados Unidos) — conta Alfredo Fuentes, gerente geral da Amistur Cuba.
Presente ao evento, o deputado Washington Quaquá já apresentou uma primeira solicitação a Alfredo Fuentes: organizar em novembro, no Teatro Karl Marx, em Havana, uma grande apresentação do Samba do Trabalhador.
— O presidente Lula costuma dizer que se acabasse o embargo estado-unidense, em 10 anos Cuba seria uma Suíça no Caribe. Não consigo conceber que tantas pessoas da esquerda brasileira guardem seu dinheiro para ir a Paris, Londres ou Roma. Não que isso não seja bom. Mas é preciso dar uma resposta aos bolsonaristas. Eles não nos mandam para Cuba? Então vamos! Porque ir a Cuba é ajudar a Revolução Cubana – afirmou o parlamentar.
Segundo o cônsul cubano Melne Hernandez, que também participou da festa de lançamento da Mais Viagens, existem hoje mais de 100 milhões de dólares em investimentos de empresários brasileiros em Cuba, e muitos outros já começam a olhar para a ilha com menos preconceito do que há 20, 30 anos.
— Temos alguns vizinhos incômodos, é verdade, mas são imensas as oportunidades de negócios que o Brasil pode empreender em Cuba – afirmou o diplomata.
— Para vencer em qualquer campo é preciso coragem. E eu estou aqui diante de uma mulher corajosa que olhou para Cuba e viu suas potencialidades. Então não se pode esperar outra coisa senão que esta agência não seja um sucesso. E já vou antecipar aqui algo que não combinei antes que iria anunciar: já estamos conversando com a “Mais Viagens” para que no ano que vem uma escola de samba brasileira participe do carnaval cubano – afirmou.
E você aí, caro leitor, sobretudo o leitor progressista: o que está esperando? Vá pra Cuba!
