Bruno Agostini
“O que beber na feira Vinhos de Portugal?”. Ouvi muitas vezes essa pergunta durante a tarde de ontem, quando abriram as portas do evento no Jockey Club, com boa estrutura, espaço ao ar livre, áreas para degustações exclusivas e bate-papo, loja de vinho e operações gastronômicas. Afinal, são cerca de 80 produtores, com mais de 650 rótulos diferentes, com muitos dos melhores enólogos de Portugal presentes. Uma grande festa, imperdível para os amentes da bebida, e mesmo os iniciantes.

Eu prefiro conversar com os produtores do que provar uma infinidade de vinhos. Até porque, há grandes nomes ali, como sempre.

Na quinta tive um almoço sublime no Emiliano, promovido pela importadora Prem1um, de Belo Horizonte, dona de belo portfólio. Tive a sorte de dividir a mesa com dois nomes de peso, ícones da produção de vinhos (e ótimos de conversa): Manuel Lobo de Vasconcellos, enólogo da Quinta do Crasto, do Douro, que tem um incrível projeto pessoal, com vinhos no Alentejo (e tambpem a Vinha do Norte, no Douro, um monumento!); e Paulo Nunes, da Casa da Passarella, referência no Dão, que também me apresentou seu xodó, a linha que ele produz na Serra da Estrela, uma joia chamada Quinta da Perdonda, três pequenos lotes para lá de especiais. Sugiro que parem nos stands dos dois, e bebam dos seus vinhos, e dos seus conhecimentos. Rara oportunidade, vai por mim.

Também usei meu tempo para conversar com António Maçanita, um desses caras que são referência, autor de pequenas produções de vinhos, que surpreendem e encantam, em várias regiões de Portugal, com destaque para ilhas dos Açores e da Madeira. É impressionante provar seus vinhos de qualquer maneira. Com ele presente, podendo conversar, então, é algo fantástico. Façam isso.

Ao seu lado estão os rótulos do Algarve, ainda muito raros no Brasil, mas que anda dando o que falar. Lá não estão os produtores, mas está a sommelière Lolô Riccobene, que cumpre muito bem o seu papel de apresentar os rótulos da Arvad – que por ora só tem importação para a Bahia, mas que em breve deve estar por mais estados (eu espero).
Também aproveitei o pouco do tempo que me restava para provar as novidades da Quinta dos Roques, com os amigos Luís Lourenço e seu filho, José Lourenço, dois figuras para lá de agradáveis, e que fazem vinhos de excelência no Dão, na Quinta dos Roques. São lançamentos no Brasil o Jaen e o Loureiro, além do Colheita branco. Provem todos os vinhos disponíveis, e aproveitem para conversar com ele.

Ainda pude apreciar com Anselmo Mendes o seu Loureiro Private (esse ao que parece n]ao está disponível para prova), uma grandiosidade. De toda a forma o gênio da Alvarinho está ali, pronto para apresentar seus grandes rótulos da região dos Vinhos Verdes – eu não perderia a chance de estar com ele, sempre um grande aprendizado.
Também destaque alguns nomes, com quem não pude estar por falta de tempo, como Pedro Ribeiro, da Herdade do Rocin, um revolucionário do Alentejo, e Tiago Alves de Sousa, enólogo português de destaque, filho de ninguém menos que Domingos Alves de Souza, representando a vinícola da família, e atualmente também atuando como enólogo consultor na Menin Douro Estates.

Para beber na área de convivência, do lado de fora, temos uma loja da Porto di Vino, com ótima seleção, feita por Bernardo Murgel; e lojas do Barsa, do Cadeg, e da Quinta da Henriqueta, no Jardim Botânico.
São minhas dicas. Espero que disfrutem.
Os ingressos estão disponíveis no site oficial, com valores iniciais a partir de R$170.