Bruno Agostini
O Bar Miudinho nem é tão pequeno assim, considerando que ocupa, além da varanda, também a calçada da rua Visconde de Itamaraty, ali no encontro da Tijuca com o Maracanã. O botequim tem como sócios o cantor Gabriel Cavalcante e dois amigos do Bar Botica, Vinícius Zamana e Guilherme Bon, que levaram com eles a chef Aline Sassaki, que agora responde pelas duas casas, revezando-se entre as cozinhas da Zona Norte e da Zona Sul.
Se podemos definir o Bar Miudinho em uma palavra ele pode ser “original”. Não há notícia de um izakaya tão carioca como esse. O menu tem prevalência oriental, com especialidade em espetinhos: tem de língua, lambuzada com shoyu koji, tarê e pimenta; de trilha no tarê; de barriga de porco com suco de abacaxi e shouy koji; de bacon com tarê e moti (um bolinho de arroz japonês); de berinjela com missô; e de fígado de galinha, que ganha textura de patê. Dois molhos de pimenta, verde e vermelha, são um complemento perfeito, que deve ser usado para potencializar os sabores.
No cardápio escrito a giz, que vai mudar regularmente, mas mantendo essa proposta original, tem uma seleção de entradas, muitas delas expostas numa vitrine refrigerada, como acontece no Botica. Tem peito de pato curado, por exemplo, que também pode virar sanduíche, enriquecido com agrião. Reforçando o caráter nipônico, o oniguiri de atum curado é um acerto, com massa e recheio impecáveis.Há rollmops de sardinha, e conserva de trilha, além de uma salada chamada de galega, com batata calabresa e pimentão. Agora, tem algo muito bom, que precisa ser pedido, vai por mim: é a macarronse. Nela, o macarrão é um detalhe, o destaque vai para a maionese caseira, com impecável brunoise de legumes, que dão sabor e textura, e a finalização com dill, que traz frescor e um tempero nórdico a essa deliciosa brincadeira, que no fundo é algo muito sério.
Para beber, há cervejas e drinques, criados pelo bartender Thiago Teixeira, numa lista cheia de brasilidades, com nomes irreverentes como o remédio, cuja fórmula me esqueço, mas recomendo. A caipiruda nada mais é do que uma caipirinha com arruda.
No sábado passado estive lá, casa cheia, com samba rolando na varanda, com direito a canja do Gabriel da Muda, como o músico se chama em sua vida boêmia. Ele garante que não terá sempre sua palhinha na roda. Ainda estão em sistema de abertura suave: consulte as informações de horários etc no Instagram.
SERVIÇO
O Bar Miudinho: rua Visconde de Itamaraty 115, Tijuca. Instagram: @obarmiudinho