EDITORIAL: O PICADINHO CARIOCA E MUITO MAIS

Ricardo Bruno – Chefe de Redação

Em declaração de amor ao Rio, a gaúcha Adriana Calcanhoto traçou um perfil do nativo desta cidade:

Cariocas são bonitos,

cariocas são bacanas

Cariocas são sacanas,

cariocas são dourados

Cariocas são modernos,

cariocas são espertos

Cariocas são diretos,

cariocas não gostam

de dias nublados…

Se a artista conclui o verso com algo de que o carioca não gosta, esta edição da Rio Já faz o oposto e dedica a sua capa a algo que quem teve o privilégio de nascer aqui adora de paixão – muito antes do biscoito Globo, da água de coco, do mate gelado, da sandália Havaianas e do por do sol visto do Arpoador, o velho, delicioso e insubstituível picadinho.

O mais carioca dos pratos merece reportagem especial de Bruno Agostini, que percorreu muitos restaurantes da cidade para avaliar e sugerir ao leitor o que há de melhor no ramo – dos picadinhos simples aos clássicos, passando pelos sofisticados e incluindo, claro, as novíssimas versões e releituras desta comida que é a cara do Rio desde o Século XIX. E que nunca sai dos cardápios.

A receita parece simples, mas só aparentemente, porque o preparo exige cuidado e delicadeza: carne macia e saborosa, cortada em pequeninos cubinhos, coroada por ovo poché perfeito, banana à milanesa, arroz, farofa e caldo de feijão. É sabor que vem da infância, e está na memória afetiva de todo mundo. O diagnóstico que se impõe é que a trabalhosa feijoada maravilha deve nos perdoar, mas o picadinho carioca, pela genial simplicidade, é o passado, o presente e o futuro da gastronomia do Rio de Janeiro.
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A edição 46 da Rio Já tem muito mais.

Quem come bem, precisa cuidar da saúde, e o Rio pode ser orgulhar de ter se transformado na capital brasileira da maratona. A cidade será sede este ano de 190 corridas oficiais. A beleza magnífica, o clima favorável, a intimidade com o turismo e o culto ao corpo são algumas das razões para este sucesso, como mostra Caroline Rocha.
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No mês em que o icônico Aterro do Flamengo faz 60 anos, Marcelo Macedo Soares presta merecida homenagem à mulher destemida, inovadora e visionária que tirou do papel o projeto, de cuja construção participaram também Roberto Burle Marx, Affonso Reidy e Jorge Machado Moreira. Lota Macedo Soares foi mais do que a protagonista desta grande obra que mudou a face do Rio. Foi também uma transgressora que, em época de vetos e proibições, tornou pública sua homossexualidade e escancarou corajosamente o casamento com a poetisa americana Elizabeth Bishop.
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Luisa Prochnik revela aos aficcionados por música a ‘Machina del Tempo’, loja de discos que é também um estúdio capaz de recuperar para qualquer mídia todo o tipo de música, restaurando sons degradados por chiados e arranhões para gravações praticamente originais. O leitor poderá ouvir dois exemplos de restauração.
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E Aydano André Motta produz uma reportagem sobre o ativista social Renê Silva, que ao longo dos últimos 20 anos fez uma revolução pacífica no Complexo do Alemão – desde a fundação de um jornal comunitário até virar empreendedor, atrair parceiros, melhorar o patamar civilizatório do local e tornar-se, definitivamente, uma voz fundamental da comunidade.
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