MUSEU DO AMANHÃ ABRIGARÁ A CASA DO SAULO, O MELHOR DA GASTRONOMIA AMAZÔNICA

O icônico Museu do Amanhã ganhou um restaurante de primeiríssima qualidade. O point da Praça Mauá abrigará a primeira filial fora da Amazônia da Casa do Saulo, do chef Saulo Jennings, reconhecido por oferecer desde 2009 a melhor comida da região nas três casas que têm hoje no Pará. “Muito feliz hoje em poder apresentar a nova Casa do Saulo Museu do Amanhã. É um trabalho consistente com as pessoas envolvidas no processo e no amor que faço”, afirmou ele.

Saulo está nos detalhes finais, mas agora o carioca terá a opção de deliciar-se com pratos que lhe deram fama. O carro-chefe leva o nome da casa: um filé de pirarucu grelhado com molho de castanha do pará, banana da terra e camarão rosa. Mas em breve também estarão no cardápio maravilhas como a carbonara de bacon de pirarucu e a galinhada caipira no tucupi preto. Saulo gosta de criações pouco ortodoxas, como o “Paraíso Verde”: um medalhão de peixe com bacon no melaço de tucupi preto e hummus de feijão. Quem provou garante que é uma das melhores coisas já feitas com feijão no mundo. Já os mais tradicionais podem apostar sem erro no delicioso pato no tucupi, cremoso e bem dosado na acidez. A Casa do Saulo vai oferecer opções veganas como moqueca de banana da terra, arroz com jambu, e opções para crianças.

A história de Saulo começou quando ele, empregado de uma multinacional, decidiu comprar uma propriedade de 15 hectares, sendo 10 deles uma reserva de floresta amazônica, na Praia do Carapanari, no Pará, à beira do Rio Tapajós, em Santarém, pertinho da região de Alter do Chão _ o hoje chamado Caribe Brasileiro. No melhor estilo punk do “eu não sei o que quero, mas eu sei que eu vou conseguir”, fez, segundo ele, “uma maloca para morar”, com ajuda de dois carpinteiros. A construção de madeira e vidro era apoiada por quatro postes elétricos, também de madeira, doados pelo pai dele.

Com o início do boom turístico na região, Saulo tirou a gravata e mudou de vez para a maloca, onde resolveu ganhar a vida dando aulas de kitesurf na praia. Inspirado pelo pai, que fazia uma comida regional com tempero contemporâneo “em dias de festa”, começou a cozinhar para os alunos de kite. Não demorou a ter gente indo mais pelos pratos do que necessariamente pelos treinos. Na baixa temporada, Saulo faturava um por fora com palestras sobre negócios para os empreendedores da região, com direito ao brinde de uma refeição caprichada no fim da aula. Até que os amigos lhe convenceram do óbvio: que ele passasse a cobrar pelas refeições.

E assim, no histórico dia 23 de julho de 2009, pilotando apenas um fogãozinho de duas bocas e dois isopores, convidou 20 amigos que ele achava “que podiam pagar” para uma espécie de evento-teste no jantar. No dia seguinte, tenso e achando que o esforço fora em vão, viu um carro perdido procurando pelo restaurante indicado por um amigo. Depois outro, e mais outro. Terminando a noite com 45 refeições servidas pela então namorada Analice, com quem veio a casar. Desde então todo 23 de julho Saulo promove um jantar especial para os “pioneiros”.

Em oito dos primeiros anos do restaurante, o casal viveu “pendurado” em um quarto com um frigobar e o tal fogão de duas bocas, “lá fiz e criei meu filho, Paulo”, lembra Saulo. Em 2019, ele abriu a primeira filial, também dentro de um museu, o Espaço Onze Janelas, em Belém, um prédio construído no século XVIII, com vista para o Rio Guajará, o qual foi originalmente residência do senhor de engenho Domingos da Costa Bacelar. Dois anos depois veio seu restaurante mais chique, a Casa do Saulo no Atrium Quintas das Pedras, hotel cinco estrelas em Belém, também instalado em um casarão do século XVIII. A data exata da inauguração da primeira Casa do Saulo longe da floresta ainda não está confirmada, mas os cariocas não perdem por esperar. “Eu sempre digo que entreguei tudo para o cliente e depois ele me deu de volta”, orgulha-se Saulo. Vem coisa boa aí!